Arquivo Público participa da comemoração do Aniversário de Cuiabá no Coxipó do Ouro
Da Assessoria
Discutir a importância histórica, econômica e cultural do Coxipó do Ouro no desenvolvimento e formação da identidade de Cuiabá. Dessa forma, a Escola Municipal Rural de Ensino Básico Nossa Senhora da Penha de França, localizada no Distrito do Coxipó do Ouro, comemora o aniversário de Cuiabá com o ciclo de palestras e exposições “Arraial da Forquilha – Coxipó do Ouro nos 290 anos de Cuiabá”, entre os dias 6 a 8 de abril. O Governo do Estado participou do primeiro dia da comemoração através de palestra ministrada pelo historiador da Superintendência de Arquivo Público de Mato Grosso da Secretaria de Estado de Administração (SAD), Ms. Lauro Portela, além da disponibilização de imagens do acervo da instituição.
Lauro abordou na palestra “A trajetória política do Coronel Antonio Paes de Barros” e iniciou a sua fala dizendo que as manifestações culturais na escola fazem com que a memória não seja perdida. “O objetivo da palestra é destruir mitos. As escolhas feitas por Antonio Paes de Barros tiveram consequências e resultaram na sua morte. Naquela época, existiam pressões políticas que surgiram com a Proclamação da República e que são fruto de instituições republicanas mal construídas e influências locais sem compromissos com a democracia”, contextualizou.
Falar sobre a trajetória política do Coronel Antonio Paes de Barros no evento não foi em vão, pois ele foi morto e sepultado nas imediações da então Fábrica de Pólvora no Coxipó do Ouro, mas em 1911 o seu corpo foi transladado para o Rio de Janeiro a pedidos da sua esposa, Úrsula Ângela de Oliveira Paes de Barros. “O túmulo passou a ser um documento/monumento, e isso é muito importante para a identidade local porque cria investimento, memória e perspectivas políticas”, pontuou Lauro.
De acordo com o diretor da escola, Professor MS. Ednilson Albino de Carvalho, a escola propôs articular a produção acadêmica e as experiências dos moradores locais com a prática de sala de aula. “Discutimos questões relacionadas ao Arraial da Forquilha, Coxipó do Ouro e a cidade de Cuiabá, sendo importante para mostrar a história da região. Nos três dias temos apresentações culturais como siriri, poesias, comidas típicas e exposições de fotográficas”.
Segundo Ednilson, a participação do Arquivo Público no evento foi essencial para eles visualizarem a história de Cuiabá através de fotografias e documentos. “O Arquivo é vivo e ele serve a população indo à comunidade. E esta relação do Arquivo com a comunidade é fundamental para as escolas”, avaliou.
Para Lauro, o arquivo é um lugar onde a memória é preservada e que as pessoas podem visitar para ter acesso a documentos históricos. “É importante salientar que existe a cooperação entre o Arquivo Público e a escola, que fica no local onde Cuiabá nasceu. A expedição de Pascoal Moreira Cabral veio procurar índios e fundou o Arraial da Forquilha por que descobriu ouro. A ata de fundação da cidade foi redigida nesta região, no dia 8 de abril de 1719. Mas parte da comunidade da Forquilha se mudou para Cuiabá quando descobriram que lá havia muito ouro, em 1722”, concluiu.
Os alunos do Ensino Fundamental e Médio que acompanharam a palestra gostaram de conhecer a história do cidadão sepultado na comunidade. “A palestra foi muito interessante, pois conheci a história do Coronel Antonio Paes de Barros. Fui conhecer o túmulo dele em 2007 com a escola e hoje fiquei sabendo sobre a sua vida. É muito importante que nós estudantes, conheçamos a história de Cuiabá”, opinou a estudante do 3° ano do Ensino Médio, Letícia Marques de Paula.
CORONEL ANTONIO PAES DE BARROS – Mais conhecido por Totó Paes, o coronel foi o presidente de Mato Grosso de 15 de agosto de 1903 a 6 de julho de 1906, quando foi morto com três tiros por tropas oposicionistas a seu governo, lideradas pelo senador Generoso Paes Leme de Souza. Totó Paes também era o fundador e proprietário da Usina de Açúcar Itaicy.
Com a morte de Totó Paes, assumiu a administração de Mato Grosso o 1º vice-presidente Pedro Leito Osório, com apoio de Generoso Ponce. A morte de Totó Paes colocou fim a uma das disputas mais ferrenhas já vistas na história política
Fonte: Olhar direto